Indaiatuba foi a primeira cidade no País a adotar o teste de HPV em substituição ao Papanicolaou no SUS. Criado pela Unicamp e apoiado pela Roche, o programa preventivo rastreou mais de sete mil mulheres na cidade
Desde outubro de 2017, a cidade de Indaiatuba, no interior de São Paulo, participa de um projeto piloto pioneiro no Brasil que tem apoio da Roche Diagnóstica: em vez do tradicional exame de Papanicolaou, utilizado em todo o Brasil como a principal forma de rastreamento primário para o câncer de colo do útero, a cidade faz esse rastreamento no Sistema Único de Saúde (SUS) exclusivamente por meio do teste de HPV. O projeto, chamado Programa Indaiatubano de Rastreamento do Câncer de Colo do Útero com Teste de HPV, foi criado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em parceria com a prefeitura da cidade.
Com suporte da Roche Diagnóstica, que disponibiliza cobas® 4800 e o teste cobas® HPV para tornar viável o projeto piloto, o Programa completou um ano, e os dados, apresentados pelos pesquisadores em outubro, mostraram que as metas estipuladas foram superadas.
Até setembro de 2018, 7.341 mulheres fizeram o teste de HPV, superando a meta de cinco mil testes nesse primeiro ano do Programa. Desse total, 88% (6.484) dos resultados dos testes deram negativo, o que significa dizer que essas mulheres só deverão repetir o teste daqui a cinco anos, diferentemente do Papanicolaou, que, após resultados negativos em dois anos consecutivos, deve ser feito novamente após três anos.
Entre outros dados, 2,5% dos resultados deram positivo para o tipo 16 do HPV e 0,9% para o tipo 18 do vírus. Além disso, apenas 4,7% das mulheres que fizeram o teste precisaram ser encaminhadas para uma colposcopia. O teste de HPV é significativamente mais sensível do que o Papanicolaou porque identifica e “denuncia” a presença do DNA dos principais tipos de vírus do HPV no colo do útero. O teste utilizado pelo Programa é o cobas® HPV, que fornece resultados separados para HPV 16 e HPV 18, além de um grupo de 12 outros tipos de HPV de alto risco.
Estudos têm sugerido que o teste de HPV pode ser um meio efetivo para melhorar o desempenho da triagem do câncer e que incorporar esse teste pode melhorar a detecção precoce de neoplasia intraepitelial cervical (NIC), evitando assim o câncer.
A idade indicada para fazer o teste de HPV na cidade é de 24 a 65 anos e a população alvo do rastreamento em Indaiatuba é de quase 56 mil mulheres. O Programa na cidade terá duração de mais quatro anos. “Após esse período de um ano, conseguimos atingir facilmente esse objetivo, o que dá uma boa perspectiva para a continuidade do Programa”, destaca um dos coordenadores, o pesquisador e professor da Unicamp Júlio César Teixeira.
Outro ganho em adotar o teste de HPV na cidade, destaca Teixeira, diz respeito à agilidade dos resultados. “O resultado do Papanicolaou demorava a sair: no mínimo 60 dias, podendo chegar a seis meses. Atualmente, com o teste de HPV, o resultado sai entre sete e 15 dias”, afirma.
Os desafios para o Programa em 2019 serão ter controle sobre a população de mulheres já rastreadas e buscar aquelas que estão fora do sistema de saúde. “Começaremos ações para buscar as mulheres que não estão registradas no sistema. Nossa estratégia será procurá-las e convidá-las para participar do Programa. Nosso desafio é chegar ao quinto ano do Programa e fazer com que 80% das mulheres entre 24 e 64 anos tenham realizado o teste de HPV”, diz.
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