Nos dias de hoje, em que os smartphones foram incorporados à vida da maioria das pessoas para executar tarefas variadas, além de serem ferramentas de trabalho e negócios nas mais diversas áreas, quase não é possível imaginar uma vida off line. Desde 2016, o setor de análises clínicas vem se beneficiando da tecnologia para discutir questões importantes, permitir trocas de informações, fazer negócios, tudo isso de forma gratuita e em tempo real
Por Milena Tututmi
O aplicativo de comunicação instantânea Whatsapp é a principal ferramenta do grupo Análises Clínicas Brasil (ACB), criado com o objetivo de ser um canal de comunicação entre profissionais de laboratório, principalmente aqueles residentes longe dos grandes centros. Hoje com aproximadamente 1,5k de participantes divididos em sete subgrupos, o ACB tem se destacado por suas ações, principalmente na área de oferta de produtos e serviços.
Com uma representatividade ativa nos principais eventos de laboratórios clínicos, como no Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial e no Congresso Brasileiro de Análises Clínicas, além de simpósios regionais pelo país, o ACB já atuou em projetos de pesquisa, como o e-MAP Brasil, um estudo epidemiológico retrospectivo de atualização da prevalência nacional e mapeamento das parasitoses no país, baseado nos resultados dos exames parasitológicos realizados de 2015 a 2018 por laboratórios públicos e privados, cadastrados no projeto através de ferramentas digitais; e o “Guia Prático de Controle das Geo-helmintíases”, do Ministério da Saúde.
O farmacêutico bioquímico Helder Cavalcante Fortes, idealizador do grupo, conta que hoje a equipe está envolvida em muitas outras frentes de trabalho ao setor, como ações políticas; amparo ao pequeno laboratório na sustentabilidade gerencial; parcerias com empresas de educação continuada, com consultorias e editoras de livros e materiais didáticos; participação nas áreas técnicas dos conselhos de classe; além de amparo ao profissional desempregado com a criação de um banco de currículos. O grupo ainda disponibiliza um acervo fotográfico alimentado pelos participantes que conta com mais de 30 mil imagens de casos clínicos e vem consolidando uma central de compras.
Grupo dinâmico
O ACB está aberto para discutir qualquer assunto relacionado à atividade laboratorial, desde metodologias a procedimentos laboratoriais, laudos ou assuntos relacionados a negócios. “Diariamente os participantes publicam imagens com solicitações médicas de procedimentos laboratoriais”, exemplifica Fortes. Para gerenciar todas essas atividades no aplicativo, o farmacêutico conta com o auxílio de outros dois profissionais e, dessa forma, procuram manter os participantes ativos e focados: “Aprendi a ser rígido e tolerante nessa gestão de pessoas, mas uma das nossas regras principais é respeito ao colega e foco nos assuntos específicos”. Nos primeiros meses deste ano foi feita uma análise qualitativa de todos os grupos, bem como um levantamento dos participantes a fim de melhorar o gerenciamento e oferecer um upgrade nas informações trocadas, o que resultou na redução dos subgrupos e no número de participantes.
Um novo modelo de negócios
Apesar de ter surgido para ser um grupo de compartilhamento de informações, após um certo tempo o ACB já reunia integrantes das mais diversas áreas dentro do universo de laboratórios clínicos, como profissionais de laboratórios de apoio, consultores, distribuidores e empresas ligadas ao setor. Essa diversidade de abordagens foi o pontapé inicial para aproximar os fornecedores de serviços e equipamentos dos profissionais de laboratório, originando o ACB Compras, uma ferramenta de negócios no Whatsapp que apresenta propostas comerciais em tempo real.
Logo após, foi criado o ACB Gestão para as discussões em torno de assuntos relacionados à administração laboratorial, como controle de qualidade, gerenciamento financeiro, marketing, questões trabalhistas, valores de referência, ferramentas e soluções administrativas.
As empresas interessadas em participar do ACB Compras para divulgação de produtos passam por uma curadoria da equipe gestora, após preenchimento de cadastro. Helder Fortes ressalta que o Análises Clínicas Brasil não participa de nenhuma etapa do processo de compra e venda, que deve ser feito totalmente entre fornecedores e gestores de laboratórios.
Hoje, grande parte dos esforços do grupo concentra-se na concretização da Central de Compras, que já conta com uma empresa parceira para cuidar das sua execução, com previsão de pleno funcionamento para o segundo semestre de 2018: “Passaremos a adotar metodologias específicas para a qualificação e seleção dos fornecedores para que possamos potencializar oportunidades de vendas, mas também obtermos mais competitividade”, diz Fortes, apostando em um aumento do potencial econômico do grupo. Todas as negociações serão feitas em uma plataforma desenvolvida especificamente para esse propósito.
Como um grupo colaborativo, atualmente todas as ações do ACB são pensadas de acordo com a demanda que são apresentadas pelas empresas e qualquer necessidade de recursos financeiros é custeada pelos próprios membros.
Do mundo virtual para o real
Uma das características do ACB é “dar voz” aos pequenos laboratórios e com essa união do grupo eles têm conseguido rastrear dificuldades enfrentadas pelo setor como acessos a insumos com melhores condições de preço, falta de assessoria jurídica e contábil, desconhecimento de legislações, entre outras.
Para manter o grupo conciso e forte para deliberar ações concretas, acontecem encontros presenciais que, como acredita Fortes, “é o diferencial para o sucesso do grupo”. Todos esses esforços têm se refletido nos resultados apresentados pelo ACB, que atualmente possui 169 laboratórios cadastrados no ACB Gestão e movimenta em torno de R$ 2 milhões mensais em transações junto aos laboratórios de apoio.
Sempre em busca de inovações e alianças que tenham os mesmos ideais, o grupo Análises Clínicas Brasil segue se fortalecendo como uma rede de cooperação entre as empresas da área. Helder Fortes objetiva juntamente com todos os participantes “criar uma identidade e relacionamento com o mercado fornecedor de modo mais amplo e profissional, com gerenciamento de negociações das diversas necessidades, e disponibilizar uma plataforma de tecnologia organizacional e coletiva”.
Para encontrar o Grupo nas redes sociais: @analisesclinicasbrasil ou clique aqui.