Unidade vinculada à Famerp vai abrigar a nova fase de testes da vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan e também um estudo epidemiológico apoiado pela Fapesp
A Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) inaugurou, no fim de novembro, seu novo Centro de Pesquisas Clínicas. O espaço vai abrigar a nova fase de testes da vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan e também atendimentos feitos no âmbito do Projeto Temático “Estudo epidemiológico da dengue (sorotipos 1 a 4) em coorte prospectiva de São José do Rio Preto”, apoiado pela Fapesp.
“No espaço, gerido em parceria com a prefeitura, nós atendemos os voluntários de ambos os estudos, que somam cerca de 3 mil pessoas. São dois consultórios, sala de coleta, sala de reuniões e escritório administrativo. Uma infraestrutura apropriada para a realização das pesquisas”, disse Mauricio Lacerda Nogueira, professor da Famerp e coordenador dos trabalhos.
A infraestrutura física foi custeada pelo Instituto Butantan, que investiu em torno de R$ 100 mil. A Fapesp contribui para as pesquisas por meio do financiamento de bolsas para estudantes e do Projeto Temático.
“As instalações são anexas à UBS Vila Toninho, gerida pela prefeitura. As salas de atendimento médico do centro de pesquisa também serão usadas pela Secretaria de Saúde do município para expandir o atendimento da UBS feito por médicos residentes da Famerp”, explicou Nogueira.
São José do Rio Preto é um dos 16 municípios que testam a vacina contra a dengue. O imunizante teve apoio da Fapesp na fase inicial de desenvolvimento. A imunização foi realizada no ano passado e os voluntários serão acompanhados por meio de consultas e exames pelos próximos anos, a fim de verificar a eficácia e a segurança da vacina.
Estudos sobre outras doenças estão previstos para começar em breve no centro, entre eles o da vacina de gripe tetravalente, também desenvolvida pelo Butantan.
Evidências
O Projeto Temático coordenado por Nogueira já publicou diversos resultados de estudos sobre dengue, zika e chikungunya que poderão subsidiar ações de saúde pública. Em um artigo divulgado no ano passado, o grupo descobriu que uma linhagem do vírus da dengue encontrada no Brasil consegue prevalecer sobre outra, mesmo se multiplicando menos nos mosquitos e nas células humanas.
O grupo também descobriu que o vírus zika pode ter um ciclo silvestre no país depois de detectar carga viral em macacos. No começo do ano, Nogueira e colaboradores publicaram um artigo na Science com evidências de que uma infecção prévia pelo vírus da dengue pode gerar imunidade contra o zika. Com informações da Fapesp