A detecção da doença em sua fase inicial permite um tratamento menos agressivo e maiores chances de cura
O câncer de pele no Brasil tem números elevados. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 30% de todos os tumores malignos correspondem ao câncer de pele. Ainda de acordo com o Instituto, anualmente são diagnosticados 180 mil casos novos.
O último mês do ano é marcado pela campanha de conscientização ao câncer de pele. Criada em 2014, pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a iniciativa visa alertar a população sobre a prevenção e os sinais da doença, possibilitando diagnóstico e tratamento precoce, ampliando as chances de cura.
Existem dois tipos de câncer de pele. O melanoma e o não melanoma. O primeiro, pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais. Em pessoas de pele negra, é mais comum nas áreas claras, como palmas das mãos e plantas pés. Já o segundo, o mais comum no Brasil, tem alta chance de cura, desde que seja detectado e tratado precocemente, caso contrário, pode deixar mutilações expressivas. O câncer de pele não melanoma apresenta tumores de diferentes tipos. Os mais frequentes são o carcinoma basocelular e o carcinoma epidermoide.
Os principais sintomas do câncer de pele são manchas pruriginosas, ou seja, que coçam, descamativas ou que sangram. Sinais ou pintas que mudam de tamanho, forma ou cor também são indícios de alerta, além de feridas que não cicatrizam em quatro semanas. A doença se apresenta, principalmente, nas áreas do corpo que são mais expostas ao sol, como o rosto, pescoço e orelhas. É importante ressaltar que caso não seja tratado adequadamente, pode destruir essas estruturas.
O Brasil é conhecido por ser um país bastante tropical, com alta incidência solar durante praticamente todo o ano. Com a chegada do verão e das altas temperaturas, o cuidado com a pele precisa ser redobrado.
Além disso, para a prevenção, a genética clínica é uma grande aliada. “Ao realizar um teste genético, é possível identificar se existe uma mutação dos genes associados a este tipo de câncer. Ao verificar esta alteração e a existência do risco, pode-se estabelecer um plano de vigilância, diferente do adotado pela população normal”, explica João Bosco Oliveira, médico imunologista e geneticista, sócio-fundador da Genomika Einstein. A detecção precoce da doença permite um tratamento menos agressivo e menor chance de morte.
Exames como esse, atualmente, já estão bem mais acessíveis, podendo ser realizados em laboratórios de genética clínica. “O Painel NGS Multi-Câncer Total avalia 145 genes associados a diversos tipos de câncer, como próstata, mama, pele, intestino, endométrio, entre outros. A partir dos resultados, o paciente, em conjunto com seu médico, pode planejar o melhor programa de prevenção para a doença, com dados personalizados baseados na sua constituição genética”, explica João Bosco Oliveira.
Para o paciente, o processo de coleta para a realização exame é simples. É realizada uma coleta da amostra, que pode ser de sangue ou saliva. Com isso, ela é processada no laboratório, onde é realizada a extração do DNA que está presente nas células. Após essa etapa, é feito o processamento da amostra e o sequenciamento de segunda geração para analisar a sequência do DNA amplificado em milhares de vezes. Todo esse processo é executado com o auxílio de robôs que agilizam e dão mais segurança ao processamento das amostras.
Caso o paciente preencha alguns critérios e pré-requisitos determinados pela ANS, é possível fazer testes genéticos através dos convênios.