A interação entre pesquisadores da Fundação Parque Tecnológico Itaipu (PTI), da Itaipu Binacional, das universidades instaladas no Parque e demais instituições tecnológicas parceiras, com a constante troca de conhecimentos e a otimização de recursos, é a principal intenção do laboratório multiusuários Engenheira Enedina Alves Marques. O espaço, que foi inaugurado oficialmente nessa quarta-feira (07), conta com equipamentos modernos e diferenciados.
O Enedina Alves Marques é, na realidade, um conjunto de laboratórios, que reúne: Laboratório de Cromatografia, Laboratório de Limnologia, Laboratório de Biologia Molecular, Laboratório de Ecologia da Paisagem, Laboratório de Microscopia Eletrônica, Coleção Seca- Herbário Evaldo Buttura e Coleção Entomológica.
De acordo com José Paulo Nunes, coordenador do Escritório de Inteligência e Inovação Tecnológica do PTI (EIITEC), o espaço atualmente está configurado para as áreas de biologia e química, no entanto pode e pretende expandir suas áreas de competência. Entre os equipamentos oferecidos aos pesquisadores, destacam-se vários tipos de cromatógrafos e o microscópio eletrônico de varredura (MEV), que é capaz de produzir imagens de alta resolução da superfície de uma amostra.
Mais importante do que os recursos físicos, o coordenador do EIITEC ressalta a troca de conhecimentos entre os pesquisadores possibilitada pela nova instalação do PTI. “É o que motivou a construir um laboratório nessa modalidade. O espaço seria um ponto onde esses pesquisadores estariam interagindo, para a troca de conhecimento”, destaca. José Paulo afirma ainda que o Enedina Alves Marques será um modelo para outros laboratórios que estão sendo planejados.
A coordenadora do laboratório, professora Marcela Boroski, comentou que a dificuldade para colocar o local em funcionamento não foi apenas por ser multiusuários, mas também multidisciplinar. Atualmente, conforme ela, estão sendo desenvolvidos ali quatro projetos de mestrado, trabalhos de conclusão de curso e projetos de iniciação científica.
Compartilhamento
Alexandre Della Flora é de Porto Alegre (RS) e está fazendo mestrado pelo PTI em parceria com a Unila e a Itaipu Binacional. No projeto de pesquisa que está desenvolvendo na área de micropoluentes, Alexandre analisa o agrotóxico atrazina e seus dois principais metabólicos. Ele afirma que sem os cromatógrafos do laboratório o trabalho não seria viável. “A atrazina tem muita afinidade com a água, e para poder separá-la é preciso ter o cromatógrafo. Sem eles, eu não conseguiria”, explica.
Os cromatógrafos também são usados pela professora da Unila Aline Theodoro Toci, que há anos pesquisa alimentos, mais especificamente café, analisando aspectos como aroma e adulteração. Além dos equipamentos serem essenciais para o trabalho, ela destacou que o laboratório permite a ampliação de percepção “Essa integração de áreas permite uma visão maior do problema para a resolução”, comentou.
Desde que a professora Laura Cristina Pires, da Unila, transferiu o trabalho com coleções de plantas secas para o laboratório multiusuários, há cerca de dois meses, constatou um aumento de mais de 200 exemplares. “A estrutura é bem apropriada para a aclimatação das plantas, que tem que estar condicionadas em uma sala bem vedada, com ar condicionado em temperatura baixa; ou podem ser contaminadas por insetos”, afirmou.
Estrutura
Rudi Eduardo Paetzold, gerente de Infraestrutura e Obras do PTI, explicou que a construção do Enedina Alves Marques envolveu um longo e minucioso processo de planejamento – inteiramente realizado pela equipe que ele gerencia – que durou mais de um ano. “Todos os projetos feitos foram revisados 23 vezes até chegar a versão final”, diz.
A área total do laboratório é de 351 m². “Foi um projeto bem complexo, porque são várias máquinas para diferentes tipos de pesquisa, e cada máquina tem suas especificidades”, afirma Rudi. Ele exemplifica com o microscópio eletrônico de varredura, que não pode ter nenhuma vibração interferindo no equipamento. Para isso, precisou ser feita uma fundação completamente isolada.