O laboratório Sérgio Franco adotou a flexibilização da necessidade de jejum para a realização de exames de perfil lipídico, que dosam os níveis de colesterol total, HDL, LDL e triglicerídeos, conforme consenso determinado pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML); Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC); Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM); Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC). Segundo a dra. Mônica Freire, diretora médica do laboratório Sérgio Franco, a mudança se deve ao avanço dos equipamentos, que minimizam as interferências por aumento de níveis de gordura após as refeições. Outro fator decisivo foi o maior entendimento sobre a avaliação do perfil lipídico sem jejum com base nas últimas pesquisas publicadas.
“Estudos feitos anteriormente já demonstravam que é desnecessário o jejum para medir níveis de colesterol, isso porque a maior parte dele é produzida pelo corpo e muda pouco com a alimentação. Recentemente, os estudos demonstraram essa vantagem também para os triglicérides”, explica a médica. A flexibilização do jejum traz maior segurança para os pacientes, em especial para gestantes, idosos e diabéticos, que correm maior risco de sofrer hipoglicemia com jejum prolongado.
Graças ao investimento em novos métodos de coleta e tecnologia laboratorial, menos de 1% dos exames realizados a partir do dia 1º de janeiro no laboratório Sérgio Franco necessitarão de jejum, como a curva glicêmica ou insulínica, gastrina e outros mais raros. Segundo a dra. Mônica, ao longo dos anos também já surgiram outros exames que minimizaram a necessidade do jejum, como a hemoglobina glicada (HbA1c), que reformulou o diagnóstico e controle do diabetes, tornando a dosagem de glicose com jejum de 8 horas um exame com indicação mais restrita.
“Essa evolução afastou a interferência da alimentação no resultado dos exames de análises clínicas, mas o mito do jejum obrigatório para a coleta de exames de laboratório permaneceu na cultura dos pacientes e até mesmo dos médicos”, explica a dra. Mônica e completa: “Estamos treinando os funcionários do Sérgio Franco para o fornecimento dessas informações de maneira clara e objetiva.” Os exames mais frequentes, como hemograma, bioquímicos, sorológicos, marcadores tumorais e grande parte dos hormônios, não exigem mais a restrição.
“Não podemos é deixar as pessoas de jejum por 12 horas sem necessidade, implicando até mesmo riscos para o paciente, como no caso dos diabéticos, que não podem passar longos períodos em jejum. Outra vantagem é que o paciente agora tem a possibilidade de fazer os exames logo após a consulta, antecipando o diagnóstico e tratamento com claros benefícios à saúde”, afirma a médica.
Apesar das mudanças propostas pelo laboratório Sérgio Franco em disponibilizar como alternativa os exames sem jejum, a solicitação do médico, de acordo com cada paciente, continuará prevalecendo. Abaixo, apresentamos uma lista atualizada dos exames que exigem jejum específico.
Exame – Jejum
Proteína ligadora de IGF – 4 horas
Polipeptídeo pancreático – 4 horas
Homocisteína – 6 horas
Haptoglobina – 6 horas
Peptídeo C – 8 horas
Tolerância à lactose – 8 horas
Tolerância à glicose – 8 horas
Ácidos graxos de cadeia ramificada – 8 horas
Vitamina B6 – 8 horas
Absorção de xilose – 8 horas
Vitamina C – 8 horas
Glicemia – 8 horas
Gastrina – 12 horas
Adiponectina – 12 horas
Ácidos graxos – 12 horas
Ácidos graxos de cadeia longa – 12 horas
Absorção de triglicérides – 12 horas
Para crianças fica estabelecido o seguinte horário de jejum: menores de 1 ano devem fazer o intervalo entre as mamadas (jejum de 3 horas); de 1 a 4 anos devem fazer 6 horas de jejum; e a partir dos 5 anos, o critério utilizado será igual ao dos adultos.