Avanço do conhecimento médico e da tecnologia permitiram a realização de exames específicos sem jejum; laudos agora são emitidos com número de horas em que o paciente está sem se alimentar
O Alta Excelência Diagnóstica, centro de diagnósticos focado no cliente Premium, passou a flexibilizar o jejum para o exame de Perfil Lipídico, realizado para determinar dosagens de colesterol total, HDL, LDL e triglicerídeos. A iniciativa segue o consenso determinado pelas Sociedades Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), Cardiologia (SBC), Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Diabetes (SBD) e Análises Clínicas (SBAC).
Outra novidade é que o laudo apresenta ao médico o número de horas em que o paciente está sem se alimentar, além da especificação de qual a última refeição consumida.
Dr. Gustavo Campana, médico patologista clínico e diretor médico de análises clínicas do Alta, explica que a mudança se deve ao avanço dos equipamentos que utilizam metodologias que minimizam as interferências por aumento dos níveis de gordura após as refeições, e ao maior entendimento sobre a avaliação do perfil lipídico sem jejum, devido aos últimos trabalhos apresentados.
“Estudos já haviam demonstrado que é desnecessário o jejum para medir o colesterol. Isso porque a maior parte dele é produzida pelo corpo e pouco muda com a alimentação. Em relação aos triglicérides, tipo de gordura de origem essencialmente alimentar, os estudos atuais têm demonstrado que é justamente quando colhido sem jejum (2 a 4 horas após a refeição) que o nível de triglicérides elevado é correlacionado ao risco coronariano.
Ele esclarece ainda que surgiram ao longo dos anos novos exames como a Hemoglobina Glicada (HbA1c), que reformulou o diagnóstico e controle do diabetes, tornando a dosagem de glicose com jejum de 8 horas um exame com indicação mais restrita.
“Essa evolução afastou a interferência da alimentação no resultado dos exames de análises clínicas, mas o mito do jejum obrigatório para coleta de exames de laboratório permaneceu na cultura dos pacientes e até mesmo dos médicos”, explica Dr. Gustavo Campana.
Conforme ele relata, ainda existe esta cultura no Brasil, quando médicos e pacientes pensam em restringir a alimentação para fazer qualquer exame. “Estamos treinando os funcionários do Alta para o fornecimento destas informações de maneira clara e objetiva”, diz ele.
Os exames mais frequentes como hemograma, bioquímicos, sorológicos, marcadores e grande parte dos hormônios não exigem mais a restrição. Graças ao investimento em tecnologia e novos métodos, menos de 1% dos exames realizados no Alta necessitarão de jejum, como Curva Glicêmica ou Insulínica, Gastrina e outros mais raros.
“Não podemos é deixar as pessoas de jejum por 12 horas sem necessidade, implicando até mesmo em riscos para o paciente, como no caso dos diabéticos, gestantes e idosos que não podem passar longos períodos em jejum. Uma outra vantagem é que o paciente agora tem a possibilidade de fazer os exames logo após a consulta, antecipando o diagnóstico e tratamento, com claros benefícios à saúde”, afirma ele.
Apesar das mudanças propostas pelo Alta Excelência Diagnóstica em disponibilizar como alternativa os exames sem jejum, continuará prevalecendo a solicitação do médico de acordo com cada paciente. “Vamos sempre respeitar as indicações feitas pelos médicos prescritores”, conclui Dr. Gustavo Campana.
Abaixo, a lista atualizada dos exames que exigem jejum específico:
Proteína ligadora de IGF
4 horas
Polipeptídeo pancreático
4 horas
Homocisteína
6 horas
Haptoglobina
6 horas
Peptídeo C
8 horas
Tolerância a lactose
8 horas
Tolerância a glicose
8 horas
Ácidos graxos de cadeia ramificadas
8 horas
Vitamina B6
8 horas
Absorção de xilose
8 horas
Vitamina C
8 horas
Glicemia
8 horas
Gastrina
12 horas
Adiponectina
12 horas
Ácidos graxos
12 horas
Ácidos graxos de cadeia longa
12 horas
Absorção de triglicérides
12 horas
Os demais serão coletados sem restrição, a menos que o médico solicite o exame com jejum. Crianças com até 5 anos de idade tem períodos de jejum diferenciados.