A ciência descobriu em estudos recentes que as células cancerosas de tumores deixam rastros e sinais no sangue circulante e, por meio de uma técnica simples e eficiente, desenvolveu um exame que promete revolucionar o diagnóstico e o tratamento do câncer – a “biópsia líquida”. Trata-se de uma simples coleta de sangue, rápida e minimamente invasiva, que identifica células tumorais circulantes no sangue ou o até mesmo o DNA destas células, e pode auxiliar os médicos a caracterizar o tumor e determinar o melhor caminho para o tratamento.
A técnica desenvolvida nos Estados Unidos chega ao Brasil pelo pioneirismo da Progenética Hermes Pardini – uma das empresas do Grupo Pardini. O laboratório é o único a oferecer esse exame no país. A área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) desenvolveu o teste próprio de Pesquisa de Mutação EGFR em plasma – Biópsia Líquida.
Por enquanto o teste está disponível para câncer de pulmão, colorretal e melanoma, mas a expectativa da Progenética Hermes Pardini é que em breve ele seja usado para outros tipos de tumores sólidos. No início de junho, os laboratórios apresentaram os resultados de um trabalho realizado com a biópsia líquida em 15.000 pacientes, evidenciando a eficiência da técnica para detecção e monitoramento da doença.
“Nesse trabalho recente verificamos que a concordância entre o que se encontra na biópsia líquida e o que se vê no bloco de parafina (biópsia sólida) é superior a 90%. Muitas vezes é possível obter uma qualidade melhor no resultado por meio da biópsia líquida, pois se trata de um exame que não demanda a presença de um cirurgião, não requer anestesia e oferece um custo significativamente inferior ao processo tradicional”, comenta o Dr. Mariano Zalis, PHD Diretor de P&D da Progenética Hermes Pardini.
Além disso, a biópsia líquida é capaz de antecipar a evolução da doença, antes mesmo dos exames de imagem ou do surgimento de sintomas clínicos. O novo teste consegue, ainda, identificar se o tumor está desenvolvendo qualquer mutação ou resistência ao tratamento. Ele ajuda a detectar metástases e reincidência do tumor.
Segundo o especialista, o tumor vascularizado entra em contato com a corrente sanguínea e as células mortas colocam no sangue o DNA tumoral. “A ideia da biópsia líquida consiste na coleta e análise de uma amostra de sangue, de onde se extrai o DNA do plasma e por meio de um teste genético é possível descobrir mutações no gene EGFR (receptor do fator de crescimento epidérmico), proteína que desempenha papel importante na multiplicação e proliferação celulares e está ligada principalmente ao aparecimento de casos de câncer de pulmão”, explica Zalis.
Para a equipe médica que acompanha o paciente, a principal vantagem do teste é a possibilidade de monitorar continuamente a doença por meio de um método que reconhece as características moleculares do câncer, especialmente em diferentes momentos da evolução da doença. Isso permite aos médicos fazerem as recomendações terapêuticas personalizadas para as especificidades do paciente. Além disso, o teste traz mais sensibilidade e assertividade ao tratamento, permitindo a identificação de mutações driver relacionadas ao prognóstico no momento em que elas surgem, mesmo quando presentes em baixa frequência. E, por fim, permite a detecção de doença residual em pacientes em etapa final de tratamento.
“Com a biópsia líquida é possível monitorar o paciente semanalmente ou quinzenalmente para verificar o aparecimento de algum tipo de modificação genética desse câncer. Como é um procedimento simples, ele permite a coleta em períodos mais frequentes do que a biópsia sólida. Dessa forma, é possível antecipar em pelo menos três semanas o diagnóstico de alguma mutação ou perceber a resistência a determinado medicamento e, com isso, prever a mudança do tratamento”, afirma Mariano Zalis.
De acordo com o especialista, a tendência é que os pacientes que fazem o acompanhamento com a biópsia líquida tenham uma sobrevida expressivamente maior do que os que fazem com a sólida. No futuro, ainda é possível que o exame possa identificar a presença e o tipo do tumor antes que ele apareça nos exames convencionais de imagem.
Exame disponível para todo o Brasil
O teste de Biópsia Líquida será oferecido em todo o Brasil, por meio das mais de 100 unidades de atendimento do Grupo Pardini e também pelos mais de 5 mil laboratórios parceiros, é o que explica Alessandro Ferreira, diretor comercial corporativo do Grupo Pardini. “Esse é um teste inovador, desenvolvimento pela nossa área de P&D e de extrema importância na evolução do tratamento contra o câncer. Por isso o Hermes Pardini montou toda uma estrutura para que os nossos parceiros em todo o país possam realizar o exame”.